Quiet quitting: uma tendência que desafia a felicidade no trabalho
A demissão silenciosa é um conceito que vem aparecendo cada vez mais no mundo corporativo, desafiando relações de trabalho e questionando o limite entre trabalho e vida pessoal.
Embora a palavra “demissão” tenha sido incorporada, mudando a tradução literal que seria algo próximo de “desistência silenciosa”, o “quiet quitting” pouco tem a ver com alguém que tenha tomado a decisão de pedir as contas no trabalho.
Mas sim, trata-se de um conceito que pretende lançar luz à discussão sobre a medida ideal entre trabalho e vida pessoal!
Sabemos que o equilíbrio entre vida profissional e pessoal não é uma discussão nova. No entanto, ela tem ganhado força desde a pandemia da Covid-19, tempos em que o home office confundiu as fronteiras das relações de trabalho.
De 2020 para cá, o fato é que uma dinâmica corporativa mais intensa se estabeleceu, com profissionais normalizando a “esticada” do expediente. No começo do surto, a justificativa para esse comportamento era o medo do desemprego.
Mas, após três anos, a sustentação desse ritmo excessivo tem sido considerada devastadora à saúde física e mental dos profissionais, dando novos contornos ao já conhecido “burnout”, classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença ocupacional.
Tal desequilíbrio escancarou a necessidade de repensar o papel do trabalho na vida das pessoas e, assim, delimitar o tempo dedicado a ele.
Foi nesse contexto que se encaixou a ideia por trás da “demissão silenciosa”, que se baseia na premissa que diz que os profissionais podem tomar a decisão de cumprir somente com as obrigações profissionais combinadas, sem ter que para isso “viver para trabalhar”.
Sendo assim, ficam livres para reservar mais tempo para o lazer e a família. E, quando chegam em casa, podem deixar o trabalho para trás sem culpa.
Parece simples, mas nem tanto. A aceitação dessa “virada de chave” não é totalmente unânime entre a sociedade.
Afinal, a forma como tem sido colocada a questão, o trabalho e a satisfação por trabalhar parecem estar em lados totalmente opostos.